08/02/2013

O vento


Quando inocente é brisa.
Quando atormentado é furacão.

Vento que vai
Vento que vem.
O vento leva as marcas do caminho.
O vento traz perfumes e pétalas,
O vento traz sementes anunciando um novo ciclo.
Agita o mar,
Transforma os céus,
Evidencia raízes.

Vento...

Que curva os bambus em extrema reverência.
Vento que seduz pela beleza na dança dos narcisos.

Imponente!
Toca a nossa pele com propriedade.
Aguça nossos sentidos e nos provoca sensações.
Inspira-nos.
Traz a poesia para as profundezas de nosso ser.
Renova nossos princípios.

Vento que leva
Vento que traz.

Nada fica imune ao seu toque.
Entorna, mexe, remexe e alinha.
Num movimento circular ele mostra a direção para um lugar distante.
Voltas, revoltas e reviravoltas.
A roda-viva de nossas existências.

O vento impõe o exercício do desapego, a criar um vácuo fértil.
O vento, a seu modo, coloca as coisas no lugar.
Escolhe o que traz e aquilo que leva.
Eliminando as névoas escuras de nossas resistências.

Vento que grita,
Que faz aflorar nossos sonhos de liberdade
É euforia.
Um desejo de mudar nosso destino.

Ensina-nos a inevitável mudança dos fatos,
Permanecendo apenas o essencial.
Ensina-nos que há a hora de construir e a hora de destruir.
Em plenitude o dom da alquimia.

Há que se ter olhos para enxergar sua magia.
Há que se ter ouvidos para receber suas canções.
Há que se ter tato para compreender a expressão do seu amor.

─ Oh vento,
Invejamos o teu poder,
Suspirando, fartos de afetividade e sem resistência,
Entregamos-nos à estranha, profunda e encantadora força de seus mistérios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário